Godzilla Minus One: Como o Japão Retomou o Trono do Rei dos Monstros

Enquanto Hollywood investia centenas de milhões para transformar Godzilla em um herói de ação, o estúdio japonês Toho preparava uma resposta. E que resposta.

'Godzilla Minus One', feito com um orçamento modesto de menos de 15 milhões de dólares, não apenas se tornou um sucesso de bilheteria global, mas também conquistou um Oscar de Melhores Efeitos Visuais, provando que o coração de uma história é mais importante que a escala.

O filme, escrito e dirigido por Takashi Yamazaki, retorna às raízes do monstro. Ambientado no Japão logo após a Segunda Guerra Mundial, o país está em seu ponto mais baixo - seu 'ponto zero' foi reduzido a 'menos um' pela aparição devastadora de Godzilla.

Este não é o Godzilla protetor da Terra; é uma força da natureza pura e aterrorizante, uma metáfora ambulante da bomba atômica e do trauma da guerra, assim como no original de 1954.

O protagonista é Kōichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki), um piloto kamikaze que desertou de sua missão final. Atormentado pela culpa de sobrevivente, ele retorna a uma Tóquio em ruínas e tenta reconstruir uma vida.

O verdadeiro triunfo de 'Godzilla Minus One' é seu foco nos personagens humanos. Passamos tempo suficiente com Shikishima e seu grupo para nos importarmos profundamente com eles. O filme é um drama humano comovente sobre culpa, trauma e a busca por redenção.

Quando Godzilla ataca, o impacto é visceral e aterrorizante. Yamazaki entende que o terror vem da impotência humana diante de uma força tão avassaladora. 'Godzilla Minus One' é um lembrete poderoso do que Godzilla representa em sua essência.